Hidrografia

 

Ao norte da Guanabara, inúmeras lagoas, doces e salobras, disseminam-se pelas baixadas de Araruama e Goitacazes. Desembocando umas diretamente no Oceano, emendam-se outras, num seriar infindável, travez complexa trama de igarapés e sangradouros. Consoante o preponderar de forças contrárias, em luta permanente, ora fecham-se as barras lagunares, por efeito do arrasto litorâneo, ora rompem-se os medões costeiros, ao influxo irresistível das correntes fluviais.

Salvante o Paraíba, que desce, acachoante, do planalto, todos os rios, que sulcam a planície fluminense, tem pequeno desenvolvimento. Quando não deságuam em lagoas, fluem, geralmente, em direção quase normal á costa. Suas bacias hidrográficas separam-se pelos contrafortes irradiantes da Serra do Mar. Nos cursos superiores, que s desenvolvem pelas encostas, o regime é nitidamente torrencial:declives fortes, grandes velocidades, erosões intensas, cheias bruscas e passageiras.

Em abaixo, os cursos dagua meandram através a baixada em formação. E divagam, não raro, em torcicolos, sem leitos perfeitamente definidos, entre vastos brejais que o marginam.

A influencia da maré, que lhes inverte o sentido da corrente, faz sentir-se , por vezes, a grandes distancias das embocaduras, provocando alagamentos nas vizinhanças dos estuários.

 

Fonte: Góes, Hildebrando de Araújo. O Saneamento da Baixada Fluminense.Diretoria de Saneamento da Baixada Fluminense: Rio de Janeiro , 1939.