Justiça Ambiental
A Baixada Fluminense é um espaço caracterizado pela consolidação de inúmeras injustiças ambientais resultantes do modelo de desenvolvimento baseado no capitalismo e, portanto consequentes da estrutura de organização social desigual. A poluição não é democrática, e a população, que é composta também por comunidades tradicionais como os pescadores artesanais, está submetida a enfrentar, por exemplo, os resíduos de indústrias petroquímicas que se aglomeram no entorno da Baía de Guanabara.
Por conta disso o conceito de justiça ambiental está presente na pauta de muitos
movimentos sociais.
A justiça ambiental refere-se “aos princípios que
asseguram que nenhum grupo de pessoas, sejam grupos étnicos, raciais ou de
classe, suporte uma parcela desproporcional de degradação do espaço coletivo.” (ACSELRAD,
HERCULANO, PÁDUA, 2004). A desigual distribuição dos riscos ambientais pelas
classes sociais é uma consequência da economia capitalista, onde os benefícios
gerados pela produção de mercadorias e de serviços se concentram nas camadas
mais altas da sociedade, enquanto esses riscos ambientais concentram-se nas
camadas mais baixas da sociedade. Os integrantes dessas camadas mais altas, por
exemplo, tem condições de usar a riqueza oriunda da produção para morar em áreas
ambientalmente seguras.
Desta forma, as injustiças ambientais do espaço da Baixada Fluminense não devem
ser naturalizadas - são consequências do modelo de desenvolvimento desigual e de
um pensamento dominante fragmentado que afasta as questões ambientais das
injustiças sociais.
Para Robert Bullard, a justiça ambiental é a
condição de existência social caracterizada pelo tratamento justo e pelo
envolvimento de todas as pessoas nas decisões relacionadas ao ambiente. No
Brasil, a Rede Brasileira de Justiça Ambiental tem se articulado como um espaço
de identificação, solidarização e fortalecimento dos princípios de Justiça
Ambiental.
Alguns movimentos sociais se organizam na Baixada Fluminense para denunciar as injustiças socioambientais. Conheça alguns deles:
Associação Homens e Mulheres do Mar (AHOMAR)
Fórum de Oposição e Resistência ao Shopping (FORAS)
Referências bibliográficas
ACSELRAD, Henri; HERCULANO, Selene; PÁDUA, José Augusto. Justiça ambiental e cidadania. Rio de Janeiro: Relumé Dumará, Fundação Ford, 2004.