Langsdorff

(1813-1821)

 

 

Naturalista e diplomata germânico nascido em Wöllstein, Prússia, mais conhecido por seu nome em russo, Grigori Ivanovitch, barão de Langsdorff, que ficou famoso por sua heróica expedição pelo interior do Brasil, indo de São Paulo ao Pará, via Cuiabá, em toscas canoas pelos rios, no século XIX. Formado em medicina, trabalhou algum tempo em Lisboa e esteve no estado de Santa Catarina (1803-1804).

Membro da Academia de Ciências de São Petersburgo, foi nomeado cônsul-geral da Rússia no Rio de Janeiro (1813). Obteve a aprovação do czar Alexandre I para seu projeto de expedição pelo sertão do Brasil (1821) e partiu de Porto Feliz, no rio Tietê, (1826), chegando a Belém mais de dois anos depois (1828).

Acompanhado dos pintores franceses Adrien Taunay e Hercule Florence, o promeiro morreu afogado no rio Guaporé (1828) e Florence, que ficou para sempre no Brasil, narrou a aventura em Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas (1875), no qual relatou que o barão enlouqueceu quando percorriam o rio Juruena (1828). De volta à Europa, aposentou-se e morreu em Freiburg im Breisgau, Alemanha.

As amostras coletadas foram enviadas à Rússia, mas ficaram mais de um século esquecidas e, embora redescobertas (1930), só mais de 40 anos depois (1973) publicou-se o catálogo da coleção. Parte dela foi vista na exposição Langsdorff de volta (1988-1989) montada em quatro capitais brasileiras.
 

Langsdorff e a Fazenda Mandioca: quando o estrangeiro se torna habitante (1813-1822)


Em 1816, após três anos de sua chegada ao Brasil, o cônsul-geral da Rússia, o alemão Georg Heinrich von Langsdorff, se estabelece numa fazenda na região, a Fazenda Mandioca. A permanência de Langsdorff possibilitou um contato mais duradouro entre diversos naturalistas e a região: Spix e Martius e também Saint-Hilaire deixaram suas impressões sobre a fazenda e seus arredores.

Em 1823, Langsdorff realizou excursões com fins científicos somente nas localidades adjacentes à Mandioca . Além das excursões, Langsdorff fez inúmeras experiências de plantio na fazenda Mandioca, sempre encantado com o potencial do solo, mas ao mesmo tempo crítico a respeito da falta de incentivos.

O envolvimento com a agricultura local e a tentativa de implantação de novas técnicas em suas terras foram relatados por Spix e Martius a partir da crítica de Langsdorff à técnica da queimada de "mata virgem" para a aquisição de terrenos cultiváveis.