Comissões CFSBF (1910 - 1916) Trabalhos realizados durante a CFSBF (1910 - 1916)

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Trabalhos realizados durante a CFSBF (1910-1916)

Obras de Conservação e a Ocupação das terras saneadas Orçamento e Fiscalização das Obras A extinção da CFSBF (1910 - 1916)

Trabalhos Realizados Durante a CFSBF (1910 - 1916)

No relatório anual do Ministério de Viação e Obras Públicas(MVOP) , datado de 1910, encontra-se pela primeira vez um tópico destinado aos trabalhos da CFSBF, denominado Saneamento da Baixada do Rio de Janeiro.

As resoluções necessárias à execução dos trabalhos da CFSBF se efetivaram ao final do ano de 1909; por esta razão, a principal característica do ano de 1910 foi o estudo da região e a elaboração de propostas de obras a serem executadas pela firma contratada. Para tanto, a CFSBF utilizou cartas já elaboradas por Comissões estaduais, mas era principalmente necessário ir a campo, em busca de maior definição das diferentes bacias hidrográficas.

Segundo artigo de Moraes Rego, publicado na “Revista Engenharia” de São Paulo, os trabalhos de campo se iniciaram em 14 de novembro de 1910.

Os trabalhos de campo constituíram o principal recurso para a fiscalização das obras e a elaboração dos projetos executados na região e, por essa razão, foram constantes durante todo o período da Comissão.

Deve-se assinalar também a coleta de dados sobre os aspectos hidrográficos, metereológicos, topográficos, mareológicos, a fim de possibilitar a identificação dos principais rios da região e seus afluentes, suas condições quanto ao assoreamento e a obstrução de seus leitos, assim como o cálculo das descargas dos rios na Baía da Guanabara.

O relatório do MVOP de 1910 tem inicio com uma descrição da área da Baixada a ser saneada, seguida de uma proposta de trabalho, na qual essa área apresenta-se dividida em duas grandes seções que abrangiam desde o sopé da Serra dos Órgãos até a baia da Guanabara.

Apesar da delimitação das áreas e da descrição da situação de algumas bacias hidrográficas, com relação aos problemas relacionados, ainda não existia, em 1910, qualquer proposta consistente sobre as obras a serem realizadas nas principais bacias descritas. No entanto, a Comissão precisava apresentar um projeto inicial para se proceder à licitação e ao contrato com a firma empreiteira.

As atividades do ano de 1911, já sob a orientação de Moraes Rego, caracterizaram-se pelo desenvolvimento de levantamentos topográficos e hidrográficos sobre a região;

Para a realização dos estudos, os engenheiros da CFSBF consideraram como conhecimentos fundamentais para o entendimento da dinâmica ambiental da região: os já citados, hidrográficos e topográficos, e também o conhecimento meteorológico; assim, munidos de instrumentos, os integrantes da Comissão foram a campo em busca de dados para a viabilização dos trabalhos que dependia.

O ano de 1911, ao contrário do ano anterior, caracterizou-se por uma mudança de curso, passando do estudo das plantas existentes aos trabalhos de campo em busca de dados sobre a região. A bacia do rio Estrela, por exemplo, que não apresentava nenhuma proposta de obras no ano de 1910, é uma das bacias em que se procede ao maior numero de estudos em 1911, e no mesmo ano, já possui obras concluídas.

No relatório de 1912, elaborado de Moraes Rego, consta informações sobre a conclusão das obras, o relatório é rico em dados coletados sobre a região. As turmas de trabalhos em atividade coletaram dados sobre as marés, de janeiro a dezembro de 1912, dados meteorológicos, e outros dados necessários à elaboração dos projetos posteriormente encaminhados ao Governo para aprovação.

Percebe-se que estudos e levantamentos se dão concomitantemente à realização das obras já aprovadas, suprindo, dessa forma, o desconhecimento da região quando do início dos trabalhos.

No relatório do MVOP de 1913, é revelado o descompasso entre as necessidades técnicas dos engenheiros para a projeção mais acurada dos projetos a serem executados e as regras impostas pelo Governo para a aprovação de medidas de cunho administrativo. Contudo a Comissão efetivou vários trabalhos.

Constam dos trabalhos realizados no ano de 1914: a conclusão do canal de Imbariê; o canal do Mosquito; a abertura de canais no rio Inhomirim. Além destes, o relatório apresenta a conclusão das obras de saneamento projetadas nas bacias dos rios Merity, Suruhy, Suruhymirim, Iriry e Magé, e o prosseguimento da obra do Rio Estrela.

Em virtude de ser o ano de 1915 praticamente o último ano previsto para a realização das obras, o relatório da Comissão apresenta minuciosamente detalhados os trabalhos executados em seu decorrer, seguindo ainda o critério das bacias hidrográficas.

Embora não seja aqui nosso propósito julgar a eficácia dos trabalhos desenvolvidos, não é possível estar ausente da análise o fato de a Comissão ter projetado e fiscalizado trabalhos desenvolvidos em 9 das 13 bacias propostas. Importa ainda lembrar o fato de que, ao início das obras, existiam propostas de trabalhos para apenas seis bacias, as quais foram elaboradas a partir de cartas já existentes, e não do trabalho de campo posteriormente desenvolvido.